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Quando decidi sair de casa

Quando decidi sair de casa

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Eu acabara de completar dezoitos anos quando meu pai ficou desempregado. Foi um choque! Lembro-me de ter visto minha mãe chorando. Logo minha tia Cecília ficou sabendo e se preocupou também. Ela era casada com o tio Ismael, irmão do meu pai, e eles viviam bem, muito bem. Eram os mais ricos da família.

Fazia algum tempo que a gente não se via, nossos encontros ocorriam sempre entre o Natal e Réveillon quando vários parentes e amigos se reuniam, mas no último, houve problemas de saúde que não me lembro bem e eles não compareceram. Tudo ficou sem graça, era ela quem fazia as coisas brilharem. Era delicioso vê-la desfilar sua sensualidade e rir com suas piadas infames.

Em meio àqueles momentos apreensivos, recebi uma ligação de vídeo tarde da noite. Atendi curioso e fiquei espantado quando vi seu rosto sorridente. Nem imagino quem lhe deu o número do meu celular, era a primeira vez que isso acontecia.

– Oi, querido! Tudo bem?

– Oi, tia! Sim. E com a senhora?

Achei-a linda como sempre.

– Também. – Sorriu antes de continuar. – Fiquei sabendo do seu pai. Que chato, né? É complicado isso.

– É verdade.

– Pedro, estou te ligando porque você me disse um dia que gostaria de vir pra cá para estudar. Não seria o momento? Você já fez dezoito anos, já terminou o Ensino Médio, está na hora de tomar um rumo.

– Meu Deus… Me mudar?!

– Sim.

– Nossa… Meu coração até disparou.

Ela riu.

– Imagino… Mas você ficaria aqui na minha casa sem problema nenhum e se não der certo, você volta. Vou te falar uma coisa, a gente está precisando de uma pessoa para cuidar do jardim e da piscina, e você poderia fazer isso para ganhar um dinheirinho.

– Do jardim, tudo bem, eu manjo…

– Eu sei.

– Mas da piscina…

– Você aprende!

– Não sei, tia… Preciso falar com meus pais.

– Já falei com sua mãe e ela gostou da ideia.

– Ah, é?

– Disse que você está ansioso para sair de casa.

– Mais ou menos.

– E o mais importante é que você poderá estudar aqui. Poderia fazer um cursinho preparatório e, no semestre que vem ou ano que vem, prestar vestibular. Que tal?

– Nossa… Seria muito bom.

– Com o dinheiro que vai ganhar aqui, poderia visitar seus pais a cada duas ou três semanas. E depois que se acostumar com a cidade, pode procurar um emprego melhor.

– Seria uma mudança radical, tia.

– Seria, sim. Mas você não vai ficar na casa dos seus pais o resto da vida, uma dia você terá que sair. Por isso, esse momento é oportuno. Nada te impede, entende?

– Sim.

– Pense com carinho, tá? Fale com seus pais e me avise. Vou ficar torcendo para que venha. Você sabe que eu gosto muito de você, não sabe?

– Sei, tia. Eu também gosto muito da senhora.

– Então…

– Mas, tia… E o tio? Ele concordou com isso?

– Sim, não se preocupe. A gente já conversou. Ele estava procurando alguém para cuidar das coisas aqui e eu sugeri que fosse você. Falei do problema do seu pai, da sua vontade de vir pra estudar e tudo o mais, ele achou que era uma boa ideia. Então, não se preocupe com ele. Está tudo bem quanto a isso. Fique tranquilo. – Fez uma cara de desalento. – Não está bem comigo, ele andou aprontando umas presepadas e eu estou brava com ele. Nem está aqui, está no quarto de hóspedes.

– O que foi?

– Nada de extraordinário, depois eu te conto. Só te liguei pra falar dessa oportunidade. Se você vier a gente vai ter muito tempo para conversar.

– Tá…

– Então, é isso. Um beijo!

– Outro, tia…

Fez tchau com a mão e desligou.

Respirei fundo, aquela notícia naquela hora da noite indicava que o sono estava perdido, até porque precisava pensar no assunto.

Eu tinha uma irmã mais nova, bem mais nova, e ela poderia ser um consolo para meus pais se fosse mesmo embora. Essa ideia já havia sido discutida lá em casa diversas vezes e talvez tivesse chegado mesmo o momento de pô-la em prática. E como disse minha tia, se não desse certo, voltaria sem problema nenhum. Ou, depois de formado, voltasse para trabalhar na minha cidade. Era só escolher uma profissão que permitisse isso e existiam várias com as quais eu me identificava.

Havia também um exagero de todos pelo desemprego do meu pai, não era a primeira vez, e ele sempre conseguia outro em pouco tempo.

Quanto a minha tia, meu Deus… Viver ao lado dela seria um sonho. Não havia outra mulher mais bonita no meu rol de amizades. Tudo nela era bonito. A começar pela boca que chamava a minha atenção logo de cara, com seus lábios bem desenhados e que o batom ressaltava e tornavam apetitosos. Sempre tive vontade de experimentá-los num beijo. Ainda mais quando sorria. Os dentes alinhados e bem cuidados surgiam para aumentar a sensualidade do conjunto. Boca e sorriso. E olhar carinhoso que sempre destinava a mim. Às vezes, dava a impressão que me beijaria nos lábios, mas no último instante desviava para o rosto.

Aliás, em vários momentos flagrei seu olhar me analisando. Quando pega de surpresa, apenas sorria sem se abalar, sem um pingo de constrangimento, como se quisesse mesmo demonstrar a sua admiração por mim e que eu soubesse dela. Era tão evidente, que ás vezes me perguntava se deveria ousar, mas o respeito falava mais alto.

Por coincidência, fazíamos aniversário em dias próximos e ela brincava sobre sermos do mesmo signo e, portanto, sabia tudo sobre mim porque éramos iguais, tínhamos os mesmos desejos e caprichos. Nunca nos aprofundamos sobre esse assunto.

Outro detalhe interessante era que naquela ocasião, tia Cecília estava exatamente com o dobro da minha idade. No entanto, em nada devia para as mulheres mais novas, nem na beleza do rosto, nem do corpo. Seus seios e quadris se destacavam fazendo sua silhueta tentadora. Quando de biquíni, atraía os olhares de todos e a aprovação era unânime. O corpo bem cuidado era resultado das horas que passava na academia de ginástica e nas aulas de natação.

Lembrei-me de um dia, não tão distante, quando estávamos no clube da minha cidade. Eu estava deitado na espreguiçadeira quando ela saiu da piscina e veio na minha direção. Não havia mais ninguém ao redor. Tia Cecília se aproximou sem pressa, pegou uma toalha numa cadeira o lado e se posicionou a menos de um metro de mim. Não me encarou, acho que para não me deixar constrangido, e começou a secar os cabelos. Naquela distância, pude observar sua intimidade e reparar na depressão formada pelo tecido molhado entre os grandes lábios e nas virilhas sem sinal de depilação, pareciam continuação da pele ao redor. Comecei a ficar excitado e puxei uma camiseta que estava ao lado para ocultar o volume que se formava lá embaixo. Acho que ela percebeu, mas não se manifestou, apenas se virou de costas e eu pude ver suas nádegas por alguns minutos. Outra vez se virou para mim. Lá estava a sua intimidade de novo para eu apreciar. Ficou assim até enrolar a tolha nos cabelos e, com calma, vestir uma saída curta que valorizava suas pernas. Só então olhou para mim, sorriu, e avisou que ia até o bar comprar uma bebida qualquer. Saiu rebolando toda faceira.

Aquela recordação me excitou, comecei a me masturbar.

– Ela está sozinha agora… – falei alto pra mim mesmo.

Seria incrível gozar olhando seu rosto e ouvindo a sua voz.

Peguei o celular e vi o número dela em destaque. Olhei-o indeciso por uns segundos, mas apertei o botão de ligar num impulso.

Logo que os primeiros toques aconteceram, ela atendeu. A luz ainda estava acesa, então pude ver o seu semblante como antes.

– Oi, Pedro… O que foi?

– Oi, tia… Posso falar? – estávamos com os aparelhos próximos dos rostos.

– Claro. O que foi?

– É que…

Calei-me constrangido.

 – A sua respiração está pesada… O celular está tremendo… O que você está fazendo?!

Ela sorriu como se tivesse dado conta da minha intenção, o que me atrapalhou ainda mais.

– Ai, tia… Ai, meu Deus…

– Você está…

– Vou desligar.

– Não! Não desligue, meu amor. Você está tenso com a notícia e preocupado, né? – meu olhar estava fixo nela enquanto apertava o meu pênis endurecido; ela seguiu ainda mais carinhosa. – É normal isso. Mas pense que vou estar aqui pra te ajudar, pra te dar uns abraços bem apertados e te dar a maior força, até te ajudar a cuidar da piscina. – À medida que falava foi afastando o celular tentando parecer distraída de modo a me mostrar o colo e a parte de cima dos seios. – Você sempre foi o meu preferido. Você sabe disso, não sabe?

– Tia…

Voltou a câmera para perto do rosto.

– O que?

Emudeci. Ela sorriu outra vez.

Respirando com dificuldade, comecei a gozar na camiseta que havia enrolado no meu pênis enquanto fixava seu rosto encantador.

– O que está acontecendo? – insistiu.

Não contive uma respiração mais profunda.

Ela balançou a cabeça como se não estivesse acreditando no que eu estava fazendo, mas no seu semblante havia um sorriso discreto, que denotava satisfação por ter acontecido e, ainda mais, por ter partido de mim.

– Está mais relaxado agora?

– Estou…

– Que bom que me ligou, mas não é sempre que estou sozinha, então, vá com calma quando me ligar de novo. Mande uma mensagem antes, tá bom?

– Tá bom.

– Agora, vamos dormir? Preciso acordar cedo amanhã. Pense em tudo que te falei, tá? E me ligue sempre que quiser.

– Posso mesmo?

– Com certeza.

– Tá bom…

– Um beijo.

– Outro, tia…

Desligou. Fiquei olhando atônito para o aparelho. Ela sabia desde o primeiro minuto o que eu estava fazendo e não se fez de rogada, nem se sentiu ofendida, pelo contrário, incentivou-me. Lá, seria assim também?

Naquele instante, tomei uma decisão.

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